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Igualzinho a Game of Thrones - mas real: Os primeiros lobos terríveis nascem em mais de 10.000 anos

Em 1º de outubro de 2024, os primeiros lobos gigantes em mais de 10.000 anos viram a luz do dia no Texas. (Fonte da imagem: YouTube / Colossal Biosciences)
Em 1º de outubro de 2024, os primeiros lobos gigantes em mais de 10.000 anos viram a luz do dia no Texas. (Fonte da imagem: YouTube / Colossal Biosciences)
Pesquisadores conseguiram trazer o lobo gigante de volta à vida por meio de edição genética direcionada. Esses animais revividos são maiores, mais musculosos e cobertos de pelos brancos - características que os diferenciam dos lobos modernos. Embora a conquista seja, sem dúvida, notável, ela também provocou uma controvérsia significativa na comunidade científica.

Muitas pessoas conhecem os lobos gigantes apenas do mundo de fantasia de Game of Thrones, mas as criaturas reais (Aenocyon dirus) já percorreram as Américas do Norte e do Sul antes da última era glacial. Esses lobos terríveis, agora extintos, eram muito maiores e mais robustos do que os lobos modernos, chegando a medir até 35 polegadas no ombro e pesar até 240 libras. Em contraste, os lobos cinzentos atuais normalmente pesam entre 90 e 110 libras e têm de 24 a 31 polegadas de altura no ombro.

Em 1º de outubro de 2024, o uivo de um lobo terrível ecoou em um laboratório do Texas pela primeira vez em mais de 10.000 anos. Esse momento histórico foi possível graças à Colossal Biosciences, uma empresa norte-americana focada na de-extinção - reviver espécies que há muito desapareceram da Terra. O nascimento de dois filhotes, chamados Romulus e Remus, marcou um grande avanço. Eles são os primeiros membros de uma espécie extinta trazidos de volta com sucesso. Um terceiro filhote, apropriadamente chamado Khaleesi em homenagem à rainha dragão de Game of Thrones, nasceu em 30 de janeiro de 2025. O anúncio foi feito por meio de uma postagem no X, com os primeiros uivos registrados dos filhotes.

CRISPR e DNA fóssil: como um lobo gigante é criado

A base desse projeto inovador foi uma sequência de DNA totalmente reconstruída, com base em restos fossilizados com idade estimada entre 11.500 e 72.000 anos. Usando a avançada tecnologia CRISPR, que permite a modificação precisa do material genético, os cientistas editaram 14 genes em 20 locais específicos para replicar o genoma do extinto lobo gigante o mais próximo possível. Os embriões editados foram implantados em mães substitutas, cães de raças mistas especificamente selecionados. O resultado foi impressionante. Os filhotes já pesam cerca de 80 libras e medem até 4 pés de comprimento, assemelhando-se muito aos seus ancestrais pré-históricos.

A Colossal se considera uma pioneira no campo da desextinção. A empresa tem como objetivo fazer história, restaurar ecossistemas danificados e combater a perda de espécies por meio de biotecnologia de ponta. Além do lobo gigante, a Colossal também está trabalhando para trazer de volta o mamute-lanoso e o tigre-da-tasmânia. A empresa descreve sua visão de um planeta melhor e mais biodiverso em um vídeo no YouTube, mostrando sua missão e a ciência por trás desses projetos ambiciosos:

Críticas dos cientistas: Não há lobos gigantes de verdade

Os principais paleogeneticistas, como Nic Rawlence, do Otago Palaeogenetics Laboratory, e Vincent Lynch, da Universidade de Buffalo, continuam criticando o projeto. Rawlence explica que esses animais não são verdadeiros lobos terríveis, mas lobos cinzentos geneticamente modificados, pois o DNA fóssil é fragmentado demais para permitir a clonagem completa. Lynch também enfatiza que ter um genoma sequenciado por si só não é suficiente para trazer de volta uma espécie extinta. Os animais podem parecer semelhantes a suas contrapartes antigas em tamanho, constituição e cor da pelagem, mas geneticamente não representam uma verdadeira recriação da espécie original. Isso levanta uma questão importante tanto para a ciência quanto para a ética: onde termina a ressurreição e começa a recriação?

O renascimento dos lobos terríveis também provocou um debate no Reddit https://www.reddit.com/r/Futurology/comments/1jtuqmr/no_the_dire_wolf_has_not_been_brought_back_from/onde muitos usuários expressam ceticismo sobre os verdadeiros motivos do projeto. Os críticos argumentam que a iniciativa parece menos focada na biodiversidade e mais voltada para atrair o interesse dos investidores. Alguns chegam a compará-la à criação de animais de estimação exóticos, alertando que a extinção pode se tornar cada vez mais comercializada sob o pretexto de conservação.

Fonte(s)

Colossal Biosciences via X (antigo Twitter)

Fonte da imagem: YouTube / Colossal Biosciences

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Marius Müller, 2025-04-11 (Update: 2025-04-11)