A nossa amostra tinha um acabamento em branco nobre, que foi usado em quase todas as superfícies. Apenas os botões do touchpad, botão de ligar e as coberturas das dobradiças têm um acabamento cromado que conseguiu atrair a nossa atenção. A Lenovo oferece este S10e em cinco cores diferentes, mas apenas o branco, preto e vermelho estão disponíveis para a Europa neste momento. Ainda vamos ter de esperar algum tempo pelos modelos em azul e rosa.

A caixa tem dimensões 27.5(Altura) x 250(Largura) x 183(Profundidade) milímetros e um peso de 1145 gramas com uma bateria de 3 células e 1290 gramas (bateria de 6 células) um valor dentro da média nos netbooks de 10". Em relação aos seus concorrentes tem a vantagem de parecer mais fino. A bateria de 6 células tem um impacto ligeiramente negativo na aparência. Aumenta o peso do portátil em cerca de 145 gramas e a altura da parte traseira em 10 milímetros, passando a altura total para os 37,5 milímetros. A bateria de 3 células que se encontra instalada em outros modelos encaixa bem no design da máquina e não levanta a parte de trás do portátil. Contudo a autonomia da bateria é menor.

Em relação às superfícies usadas, a Lenovo fez uma distinção clara entre o interior e o exterior do portátil. Em volta do teclado e na moldura do ecrã, foi usada uma textura mais rugosa mas agradável ao toque e na tampa do ecrã e na parte inferior do portátil foi retirada essa rugosidade. Ambas as superficies são de boa qualidade, mas dependendo da cor são mais sensíveis a marcas de dedos e ao pó. Até agora o branco provou ser ser uma boa escolha, dado que as marcas dos dedos e o pó não são muito visíveis.

O design da caixa provou ser bastante robusto. É dificil encontrar pontos de torção, juntas mal encaixadas ou ruídos parasitas. O mesmo é verdade à resistência à pressão. Apenas a parte superior do leitor de cartões pareceu ser uma pouco mais fraca. Uma junta ligeiramente mais visível, uma zona de apoio das mãos e a base do teclado que tende a ceder sob pressão são pontos menos bons em relação ao comportamento da estrutura interna.

A parte inferior tem bom aspecto com as suas 3 aberturas de ventilação. Assim que se retira a tampa de manutenção, encontramos uma funcionalidade especial - aliás até são duas ao lado da ranhura  ExpressCard/34. As boas noticias: É muito fácil a substituição do disco rígido. As más noticias: A Lenovo fixou um dos módulos de RAM e assim limitou a capacidade a 1,5 GB em vez dos normais 2GB. O módulo de cima pode ser facilmente acedido. Em resumo, a manutenção pode ser feita de forma muito simples e de forma exemplar.

Apesar de todos rumores que circulavam na Internet antes do lançamento dos Ideapads S9 e S10  na Europa, a Lenovo finalmente escolheu um ecrã com uma superfície reflectiva em vez de uma matte para os modelos à venda por aqui. Todos os modelos Ideapad S à venda nos Estados Unidos vêm equipados com ecrã matte. Os ecrãs reflectivos, como este, causam reflexões indesejáveis  quando usados em ambientes com muita luz.  As reflexões são mais visíveis quando estamos a trabalhar com imagens mais escuras. Este efeito reflectivo pode ser atenuado com um correcto posicionamento dos angulos de abertura do ecrã, contudo praticamente exclui o uso do portátil no exterior.

Esta característica é ainda agravada pelo facto de o ecrã ter apenas um brilho moderado de 168 cd/m² em média e um contraste baixo de apenas 150:1. Assim, as cores tornam-se algo mortas mesmo sendo um ecrã reflectivo, que usualmente possui uma gama de cores bastante vivas. Mudando a postura de trabalho obtem-se uma perda de saturação nas cores e até uma inversão. Por outro lado, a iluminação apresentou um resultado bom de 84,9% e a formação de sombras não é notada mesmo a olho nu.

Nós podemos afirmar que este ecrã de 10.1 polegadas tem uma boa estabilidade de ângulos verticais de visualização, onde aparece a primeira distorção de fading e se se continuar aparece a inversão de cores antes dos 50º. Verticalmente podem-se observar claras alterações na imagem e pequenos desvios na perpendicular. Assim pode ser necessário efectuar alguns ajustes na abertura do ecrã.

No teste Battery Eater Readers foi obtido um tempo mediano. A nossa amostra conseguiu com a bateria de 6 células (52Wh) uma autonomia máxima de 319 minutos em que o Battery Eater Readers simula a leitura de textos com um nível de brilho mínimo e com todas as opções de poupança de energia ligadas. Isto correlaciona-se com um consumo de energia de 10W e apenas se desvia um pouco da informação do fabricante que afirma ter 5,5 horas.

No teste Battery Eater Classic, que aplica constantemente uma carga máxima no processador, e um brilho máximo no ecrã, o Ideapad consegue trabalhar durante 200 minutos. Isoladamente estes valores parecem elevados, mas quando directamente comparados com outros portáteis com autonomias elevadas como por exemplo o Samsung NC10, ficam relativizados.

A boa primeira impressão que veio do aspecto muito chic, pode ter sido apenas parcialmente confirmada quando olhámos com mais atenção. Pensado para um uso móvel, as restrições que se tem de aceitar podem ser, dependendo do tipo de utilizador, mais ou menos importantes.

O maior ponto de critica é o ecrã reflectivo no seu formato reduzido de 16:9, e que vem com um nível de brilho médio e uma boa iluminação. Contudo, o contraste e a representação de cores são menos boas. O facto de o brilho não ser muito bom tem uma implicação directa  e negativa no uso do portátil no exterior. Também dentro de portas, se torna necessário o ajuste das condições de iluminação e viver com uma dependência elevada do ângulo ideal de visualização.

O peso total do portátil que é de aproximadamente 1300 gramas já com a bateria de 6 células e é semelhante ao apresentado por  outros portáteis da mesma categoria. A sua autonomia não consegue estar a par com alguns dos seus melhores concorrentes que conseguem mais de 7 horas. Assim, vemos que o seu tamanho compacto e o seu design bonito não consegue compensar as desvantagens em relação às capacidades de mobilidade.

As dobradiças rígidas, a construção pouco estável do teclado, a disposição pouco usual das teclas, a porta USB muito próxima da frente do portátil e o módulo de RAM fixo são desvantagens a considerar, mas com as quais é possível viver. As vantagens são a boa qualidade de acabamentos, uma caixa robusta, a boa acessibilidade aos componentes internos (Disco e RAM), a ranhura para ExpressCard32 que é algo raro nesta categoria e a geral dotação de equipamento, os bons níveis de ruído e de temperatura que estão ao mesmo nível da concorrência.

O preço de 360 euros na altura desta análise e os 12 meses de garantia oferecidos pelo fabricante fazem este Ideapad (NS84XGE) ficar dentro da média do que se faz no mercado.